terça-feira, 31 de março de 2009

MOÇÃO DE REPÚDIO

A diretoria da União de Negros e Negras de Jequié-BA - UNEJE vem a público repudiar a atitude preconceituosa da Segurança e da Gerencia do Banco Itaú de Jequié-BA, por ter impedido o Sr. Tiago Henrique Santos Batista, estudante de Jornalismo, correntista do Banco Itaú, de adentrar na referida Agência com um notebook, no dia 20 de março de 2009, em horário comercial, causando-lhe constrangimento e prejuízos.
Enquanto várias nações, governos e instituições estão aprovando leis e políticas públicas contra a discriminação e o preconceito, o gerente e a segurança do banco Itaú de Jequié entram na contramão da história com essa atitude. Mesmo com os questionamentos do Sr. Tiago, falando que ele já entrara em outros bancos com o aparelho, o gerente não revogou a decisão autoritária e preconceituosa, certamente pelo fato dele pertencer ao grupo de cidadãos classificados como afro-brasileiro.
Diante desse fato lamentável, representativo do nível de discriminação ainda existente no Brasil, a UNEJE (União dos Negros e Negras de Jequié) hipoteca total apoio à ação impetrada por Tiago Henrique e fará todo esforço possível para denunciar tais acontecimentos.
Ocorrido na véspera do Dia Internacional contra a Discriminação Racial, o episódio reforça ainda mais a necessidade de se lutar por uma sociedade democrática, justa e livre de toda forma de preconceito.

domingo, 29 de março de 2009

CAPOEIRA: FILHOS DE ZUMBI OCUPA A PRAÇA


O mestre de capoeira Barbicha, um jequieense comprometido que as tradições de sua etnia, levou mais uma vez “Os Filhos de Zumbi”, o grupo que ele coordena, para a praça Rui Barbosa na noite de ontem 28, a partir das 19h. Os integrantes da agremiação - homens, mulheres e crianças - fizeram belas acrobacias e movimentos rítmicos que têm feito a capoeira se tornar uma referência até em outros países. Com muita dedicação e sacrifício, Barbicha tem sido um dos responsáveis por manter essa tradição cultural dos afro-brasileiros em Jequié e em outras partes do estado da Bahia, como Itacaré, nos quais os integrantes do grupo participaram do evento deste sábado na “Cidade Sol”.
Fonte: Gicult

segunda-feira, 23 de março de 2009

Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial


Um convite à reflexão para compreender as diferenças e aceitar a pluralidade


21 de março de 1960. Dia fadado a entrar para a história como um ícone do combate ao racismo, à xenofobia e a todas as formas de intolerância. Era para ser uma manifestação pacífica. Centenas de pessoas foram às ruas de Shaperville, África do Sul, manifestar-se pelos ideais de dignidade e respeito à pessoa humana. O país vivia sob a opressão do apartheid. A polícia atirou indiscriminadamente contra os manifestantes que protestavam contra as leis de discriminação racial. O saldo: 69 mortos e centenas de feridos.Para as Nações Unidas, este é um dia para se lembrar. Por isso, ficou marcado como o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. Um dia de reflexão sobre as formas de eliminação do preconceito. De tomada de consciência do papel de cada um no combate à intolerância. Como disse o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan: "Nenhum de nós nasceu para odiar. A intolerância aprende-se e, portanto, é possível desaprendê-la."A Fundação Cultural Palmares homenageia, nesse dia, as vítimas de Shaperville, chamando a atenção para o efeito simbólico que o massacre representou para as comunidades negras de todo o mundo. Passados quase 50 anos, a data permanece na memória de todos aqueles que lutam por direitos e dignidade a todos os indivíduos e reforça a importância de continuar a luta pelo princípio de eqüidade e pela construção de políticas públicas que permitam aos homens e mulheres negras o exercício da cidadania plena.Não é possível tolerar a intolerância! Neste dia, ratificamos mais uma vez o nosso compromisso na luta cotidiana por uma sociedade justa e de paz.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Programação do 5º Encontro de Combate a Discriminação Étnica

* Dia 21 as 8:00 horas – Abertura – Local: UESB – Auditório Waly Salomão
* Apresentação: Laina Maciel com o poema “Favela África”.
* Formação da mesa redonda
* 10:00 horas – Defesa de Monografia com os alunos da Pós-graduação em Antropologia com ênfase em cultura Afro-Brasileira.
* Tema: Exu na cultura Afro - com Célio Silva Meira.
* 14:00 às 17:00 horas – Oficinas e defesa de Monografias – Local: Sede do ODEERE
* 19:00 horas – Local: UESB – Auditório Waly Salomão
* Abertura – Apresentação com o núcleo de dança da UNEJE com a performance “Perola Negra”.
* Apresentação do Grupo ODEERE
* Apresentação do Projeto ODEERE
* Cerimônia de entrega de Certificados da turma de extensão 2008.

FONTE: Comuneje

Diretoria da UNEJE realiza reunião com ODEERE para organizar evento.
















Aconteceu nesta quarta-feira (18), na UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, a reunião entre as diretorias da UNEJE – União dos Negros e Negras de Jequié e do ODEERE – Orgão de Educação e Relações com ênfase em Cultura Afro-Brasileira, em prol da organização do 5º Encontro de Combate a Discriminação Étnica.

Na reunião foram tratados assuntos importantes para o bom andamento do evento, mas independentemente do evento outro fator marcante nessa reunião foi a busca de uma união entre os grupos afro da cidade, na ocasião a Profª Mariza coordenadora do ODEERE falava da importância de uma adesão dos demais grupos da cidade, com isso o movimento negro só tem a crescer e se fortalecer.
FONTE: Comuneje

segunda-feira, 16 de março de 2009

Expressões Afro-Brasileiras

AÀÀJÀ - Sineta de metal composta de uma, duas ou mais campainhas utilizadas por pais-de-santo (vd.) para incentivar o transe. Também chamado Adjarin.

ABIÃ - Posição inferior da escala hierárquica dos candomblés ocupada pelo candidato antes do seu noviciado; em yorùbá significa "aquele que vai nascer".

ABORÔ - Denominação genérica dos òrìsà (vd.) masculinos, por oposição as iabás, que são as divindades femininas.

ADAHUN - Tipo de ritmo acelerado e contínuo executado nos atabaques (vd.) e agogós (vd.). É empregado sobretudo nos ritos de possessão como que para invocar os òrìsà (vd.).

ADE ? Termo com que se designam (nos candomblés) em especial os efeminados e, genericamente, os homossexuais masculinos.

ADÓSÙU - Diz-se daquele que teve o osùu (vd.) assentado sobre a cabeça. 0 mesmo que iaô.

ADUFE - Pequeno tambor. Instrumento de percussão de uso mais frequente nos xangôs (vd.) no Nordeste.

AFIN - 0 mesmo que ifin. Designa a noz-de-cola branca, na língua yorùbá; por extensão a cor branca (vd. efun).

ÀGBO - Infusão proveniente do maceramento das folhas sagradas as quais se vem juntar o sangue dos animais utilizados no sacrifício e substancias minerais como o sal. Esse Iíquido, acondicionado em grandes vasilhames de barro (porrões), é empregado ao longo do processo de iniciação e para fins medicinais sob a forma de banhos e beberagens.

AGÈ - Instrumento musical constituído por uma cabaça envolta numa malha de fios de contas, de sementes ou búzios (vd.).

AGERE - Ritmo dedicado a Òsóòsi executado aos atabaques (vd.).

AGOGO - Instrumento musical composto de uma ou mais campânulas, geralmente de ferro, percutido por uma haste de metal.

AGONJÚ - Um dos doze nomes de Sòngó (vd.) conhecidos no Brasil.

AIYÉ - Palavra de origem yorùbá que designa o mundo, a terra, o tempo de vida e, mais amplamente, a dimensão cosmológica da existência individualizada por oposição a òrun (vd.), dimensão da existência genérica e mundo habitado pelos òrisà (vd.), povoado, ainda, pelos espíritos dos fiéis e seus ancestrais ilustres.

ÅJÀLÁ - vd. ÒòsàáláAJALAMO - vd. ÒòsàáláAJOGÚN - Palavra de origem yorùbá que designa os infortúnios, como a morte, a doença, a dor intolerável e a sujeição.

ÀKÀSA - Bolinhos de massa fina de milho ou farinha de arroz cozidos em ponto de gelatina e envoltos, ainda quentes, em pedacinhos de folha de bananeira.

(Acaçá)AKIDAVIS - Nome dado nos candomblés Kétu e Jeje (vd. Nação) as baquetas feitas de pedaços de galhos de goiabeiras ou araçazeiros, que servem para percutir os atabaques (vd.).

ÁLÁ - Pano branco usado ritualmente como pálio para dignificar os òrìsà (vd.) primordiais. Geralmente feito de morim.

ALABÊ - Título que designa o chefe da orquestra dos atabaques (vd.) encarregado de entoar os cânticos das distintas divindades.

ALAMORERE - vd. Òòsàálá.ALÉKESSI - Planta dedicada a Òsóòsi (vd.). Também conhecida como São Gonçalinho ? Casaina silvestre, SW. F LACOURTIACEAE.ALIÀSE - vd. runko.

AMACIS (ou AMASSIS) - Abluções rituais ou banhos purificatórios feitos com o líquido resultante da maceração de folhas frescas. Entram geralmente em sua composição as folhas votivas do òrìsà do chefe-de-terreiro do iniciando, e as assim chamadas `"folhas de nação" (vd.).ANIL - vd. Wàjì.ANGOLA - vd. Nação.ANGOMBAS - vd. Atabaques.

ARREBATE - Abertura rítmica das cerimonias publicas dos candomblés. 0 modo vibrante de tocar os atabaques (vd.); eqüivale a uma convocação.ÀSE - Termo de múltiplas acepções no universo dos cultos: designa principalmente o poder e a força vital. Além disso, refere-se ao local sagrado da fundação do terreiro, tanto quanto a determinadas porções dos animais sacrificiais, bem como ao lugar de recolhimento dos neófitos (vd. Runko). É usado ainda para designar na sua totalidade a casa-de-santo e a sua linhagem.

ASSENTAMENTO - Objetos ou elementos da natureza (pedra, árvore, etc.) cuja substância e configuração abrigam a força dinâmica de uma divindade. Consagrados, são depositados em recintos apropriados de uma casa-de-santo. A centralidade do conjunto é dada por um òta, pedra-fetiche do òriìsà (vd.).

ATABAQUES - Trio de instrumentos de percussão semelhantes a tambores que orquestram os ritos de candomblé. Apresentam-se em registro grave, médio e agudo, sendo chamados respectivamente Rum, Rumpi e Lé (ou Runlé). Nos candomblés angola são chamados de Angombas. Sua utilização no âmbito das cerimonias, cabe a especialistas rituais (vd. Alabê e Ogã).

AXOGUN - Importante especialista ritual encarregado de sacrificar, segundo regras precisas, animais destinados ao consumo votivo.

AXÉ - Energia, poder, força da natureza.Poder de realização através de força sobrenatural. A palavra Axé também pode ser usada para se referir ao terreiro, Ilê Axé (Casa de Axé)..

UnB: Livro mapeia quilombos do Brasil

Do batuque do tambor ao gingado das danças, parte dos costumes brasileiros se originou na cultura africana. Mas não é só isso. Técnicas como o uso do pilão para moer arroz, milho e mandioca, a tecelagem e a construção de casas de pau-a-pique também têm influência do continente africano. Para revelar essas raízes, o professor Rafael Sanzio, do departamento de Geografia, organizou o livro "Quilombos - Geografia africana, cartografia étnica e territórios tradicionais".

A obra comemora os 20 anos do Centro de Cartografia Aplicada e Informação Geográfica da UnB (CIGA/UnB).

Leia mais em www.secom.unb.br, UnB Agência.

Divulgação: http://www.palmares.gov.br/

Aberta seleção para coordenação do Programa Objetivos do Milênio com enfoque em gênero e raça, no Brasil

Seleção prioriza mulheres negras. Programa apoiará governo brasileiro na elaboração, implementação e monitoramento dos Planos Nacionais de Políticas para as Mulheres e de Promoção da Igualdade Racial.

Está aberta, até 27 de março, a seleção para coordenação nacional do Programa Objetivos do Milênio com enfoque em gênero e raça, no Brasil. A iniciativa é conduzida por seis agências: Unifem (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher), OIT (Organização Internacional do Trabalho), PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), UN-HABITAT (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos) e Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
Este Programa apoiará a SPM (Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres) e a Seppir (Secretaria Especial de Promoção de Igualdade Racial) na elaboração, implementação e monitoramento dos Planos Nacionais de Políticas para as Mulheres e de Promoção da Igualdade Racial, bem como organizações da sociedade civil cuja atuação esteja centrada em ações de avaliação e monitoramento desses Planos na promoção da igualdade de gêneros e raça. O Unifem é a agência líder e supervisionará o trabalho do/a coordenador/a e o Grupo Técnico das agências tomará as decisões conjuntamente.

O Programa tem financiamento da AECID (Agência Espanhola de Cooperação internacional para o Desenvolvimento) e visa contribuir para a garantia da equidade de gêneros e raça, uma vez que a abordagem dessas dimensões no processo de elaboração, implementação e monitoramento das políticas públicas fortalece a cidadania das mulheres, particularmente as mulheres negras, bem como busca promover seus direitos, na igualdade no acesso aos bens e serviços potencialmente disponíveis, bem como estimulam a mobilização e participação sociais, fatores fundamentais para a consecução do desenvolvimento humano equitativo.
A seleção prioriza mulheres negras. É desejável que o(a) candidato(a) possua mestrado em Ciências Humanas ou Sociais, tenha cinco anos de experiência em atividades de promoção de direitos das mulheres e promoção da igualdade racial, entre outras habilidades relacionadas no Termo de Referência. Os currículos devem ser enviados para recrutamento@undp.org.br até às 13h do dia 27 de março.

Divulgação http://www.palmares.gov.br/

MANIFESTO À NAÇÃO - CONTRA O TRABALHO ESCRAVO E PELA APROVAÇÃO DA PEC 438/2001

Entidades do movimento social, político e representantes de órgãos públicos estão convidados a participar de uma reunião que discutirá a construção da FRENTE BAIANA CONTRA O TRABALHO ESCRAVO, que acontecerá no dia 9 de junho, às 9 horas, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/BA (Piedade, ao lado do Shopping Center Lapa).

O evento visa a organização da luta na Bahia, iniciada no dia 4 de junho, em Brasília, com o lançamento da FRENTE NACIONAL CONTRA O TRABALHO ESCRAVO E PELA APROVAÇÃO DA PEC 438/2001.

Assinam o manifesto nacional contra o trabalho escravo e pela aprovação da PEC 438/2001: CTB, FETAG, CGTB, CNBB, COETRA/PA, CONLUTAS/ANDES, CONTAG, CPT, CUT, INTERSINDICAL, Ministério Público do Trabalho, MST, NCST, OAB, OIT, Procuradoria Geral do Trabalho, SAFITEBA, Secretaria de Inspeção do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria Especial de Direitos Humanos, SINAIT, UGT, UNEGRO, UEB, UJS, MSTS, UNE, UBES, ABES.

Exposição: Imagens do povo negro de Salvador

Mostra com 5.000 imagens da cultura e povo negro de Salvador. A exposição faz parte do Projeto Resistência Negra na Bahia, de Alberto Lima. O lançamento, no dia 16 de junho, às 19 horas, no Centro Cultural da Câmara Municipal (Praça Municipal), terá palestras da Makota Valdina, Dr. Samuel Vida e Dr. Almiro Sena.


Em todo território soteropolitano, por mais miscigenado que seja, encontramos elementos de África. Neste contexto se apresenta o projeto "Resistência Negra na Bahia", que através de um ciclo de exposições e discussões, focando "O Negro na Mídia", pretende estimular reflexões e ações sobre o destino das nossas imagens e outros bens culturais, reivindicando mais direitos e respeito para com os elementos da cultura negra.

No que se refere à imagem dos cidadãos negros e de seu patrimônio cultural, ainda estamos muito aquém de uma equivalência real e respeito. Através da fotografia é possível disseminar uma cultura de consciência crítica para propor intervenções nas políticas culturais, públicas e nos veículos de comunicação. O projeto apresentando imagens de homens e mulheres negras, manifestações culturais e políticas, pretende contribuir para a elevação da auto-estima, a partir do momento que poderemos nos ver e rever na mídia positiva.

O resultado deste trabalho, além de ser um veículo artístico, mídia capaz de elevar a auto-estima da população afro-brasileira, deverá também influenciar na produção de material didático, garantindo uma publicização positiva, reconstruindo um novo imaginário sobre o legado dos ancestrais africanos, fomentando uma nova visão dos afro-descendentes no mercado de publicidade, uma vez que observando a beleza do seu semelhante e consecutivamente a rópria, poderemos perceber uma gritante desvantagem nas propagandas, novelas entre outros veículos e nos sentiremos impulsionados a questionar não só o a sociedade, mas a nós mesmos.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Mulheres negras experimentam novas conquistas

Mais de um século depois do fato que motivou a comemoração do Dia Internacional da Mulher, a realidade das mulheres brasileiras continua desigual se comparada à dos homens. No mercado de trabalho, elas ainda recebem menos do que os homens e, muitas vezes, não são tratadas dignamente.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nas principais regiões metropolitanas do país, as mulheres ganhavam em torno de 71% do rendimento recebido pelos homens em 2008.

Se a disparidade entre homens e mulheres no mercado de trabalho é grande, esse quadro se agrava quando se considera a cor da pele. Em 2008, os trabalhadores negros ganhavam, em média, pouco mais da metade (50,8%) do rendimento recebido pelos trabalhadores brancos, de acordo com IBGE. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as mulheres negras são o grupo que apresenta o menor rendimento mensal.

Leia mais: http://www.palmares.gov.br/

Fora da história: negras não tem espaço na literatura contemporânea


De 1.245 personagens catalogadas, apenas 34 são mulheres negras. Em 70% das vezes, ocupavam papéis como domésticas e prostitutas
Camilla Shinoda Da Secretaria de Comunicação da UnB
Pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, coordenado pela professora Regina Dalcastagnè, do Departamento de Teoria Literária e Literaturas, revelou um capítulo sombrio da literatura brasileira contemporânea produzida no período entre 1990 e 2004: a quase ausência da representação de mulheres negras nos romances publicados pelas três maiores editoras do país, Companhia das Letras, Rocco e Record. De um total de 1.245 personagens catalogadas em 258 obras, apenas 2,7% são mulheres negras.
Nas poucas vezes em que apareceram nas páginas dos romances, em aproximadamente 70% dos casos, as negras ocupavam posições como empregadas domésticas e profissionais do sexo. Outros papéis recorrentes são a de escrava, dona de casa e bandida.



quarta-feira, 4 de março de 2009

A Unegro, as cotas e a luta pela superação do racismo

Por Edson França*

A Unegro - União de Negros Pela Igualdade se posiciona favorável a implantação de cotas no ensino superior, mercado de trabalho, no serviço público, nos veículos de comunicação e em vários outros espaços de empoderamento. Aprovamos igualmente o Projeto de Lei (PL) 73/1999 - dentre outros projetos com fins semelhantes - ora tramitando no Congresso Nacional. Sabemos que a elite brasileira está em pânico, pois sabe o impacto social que ocorrerá com a presença de negros e pobres nas universidades.
Para além de sermos favoráveis, contribuímos com o debate que o movimento negro brasileiro travou junto a sociedade civil, governos, partidos políticos, universidades, para que a mudança, de fato, se viabilize. No entanto, vejo que há formas diferenciadas de conceber as cotas no interior do movimento negro. Essas diferenças denunciam estratégias contraditórias, apesar de tática semelhante. Por isso pretendo expressar sintéticamente como a Unegro construiu sua opinião favorável e com qual propósito defende a aplicação de cotas no Brasil.
Na verdade, o movimento negro brasileiro, majoritáriamente, sempre resistiu às cotas - apesar de, históricamente, haver grupos que as defendiam ardorosamente. Não é nova essa discussão, aparece em finais da década de 60, sob inspiração do movimento negro americano durante a luta pelos direitos civis. Oobjetivo dessa luta era combater o racismo institucionalizado em vários estados dos EUA, a desigualdade sócio-econômica e a violência que abatia sobre a população negra - como consequência das práticas racistas. Um dos resultados do Movimento de Direitos Civis nos EUA foi a conquista de cotas nas universidades e no mercado de trabalho para negros e mulheres. Esse movimento apresentou para o mundo seus principais expoentes: Martin Luther King e Malcon X, provocou debates de vários temas (integração / separação, ações afirmativas, reparação, além da elaboração de uma profícua argumentação jurídica) que, somados à experiência das cotas contribuíram para reflexão, elaboração e ação política do movimento negro em várias partes do mundo, especialmente nas Américas.

Leia mais http://www.vermelho.org.br/diario/2006/0302/0302_unegro.asp

Nova diretoria da UNEJE inicia seus trabalhos.



Aconteceu ontem (04), a 2ª reunião da nova diretoria da UNEJE - União dos Negros e Negras de Jequié. A reunião serviu para discutir futuras ações da associação, entre os assuntos tratados destaque para a mobilização do dia 21 de março, dia internacional contra a discriminação racial.
Fonte: Comuneje

Polêmica sobre cotas divide intelectuais e ativistas


Na semana passada, intelectuais e artistas protestaram contra os Projetos de Lei das Cotas e do Estatuto da Igualdade Racial. Nesta terça, foi a vez de os defensores da proposta se posicionarem. Os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, receberam nesta terça um manifesto assinado por 425 professores universitários e lideranças de movimentos sociais, com apoio de outros 157 estudantes, em favor do sistema de cotas.As duas propostas polêmicas estão tramitando na Câmara. O projeto das cotas reserva 50% das vagas nas universidades federais para estudantes de escolas públicas, sendo que parte desse percentual seria destinado a negros e indígenas. Já o Estatuto da Igualdade Racial, aprovado pelo Senado, destina 20% das vagas nos cargos em comissão e assessoramento de nível superior da administração pública para negros. Entendemos a gravidade da situação do ensino brasileiro, que piora a cada dia, mas consideramos que não será com a garantia de cotas para as minorias que o problema será resolvido. As cotas são uma solução paliativa, que fecha os olhos para a origem do problema. Não basta oferecer ensino universitário para negros e índios. É necessário melhorar a qualidade do ensino público desde a educação de base, permitindo que os alunos desenvolvam suas capacidades individuais da forma como isso deve ser feito, desde o princípio.Dê a sua opinião.